Em 3 de junho de 1992, um corpo foi encontrado flutuando em um rio nos arredores de Antuérpia, Bélgica. A vítima, uma mulher sem identificação, apresentava múltiplos ferimentos de faca e vestia roupas esportivas. A ausência de documentos dificultou sua identificação, mas um detalhe peculiar chamou a atenção: uma tatuagem de rosa negra com um nome quase ilegível.
Apesar da tatuagem ser uma pista promissora, as autoridades da época não conseguiram associar a vítima a nenhuma pessoa desaparecida. O caso esfriou rapidamente e a moça foi enterrada sem nome, tornando-se mais uma entre muitas mulheres não identificadas.
Reabertura do Caso em 2020: Novas Pistas
Após quase três décadas sem respostas, o caso foi reaberto em 2020. Investigadores voltaram a analisar as evidências e descobriram que a mulher usava tênis da marca DAG, fabricados na Itália e distribuídos em pequena escala na Europa. Além disso, a camiseta que ela vestia era um modelo raro, vendido principalmente no Reino Unido.
Essas descobertas sugeriram uma possível conexão da vítima com a Europa Central e Oriental, mas, apesar dos avanços, a identidade da mulher permaneceu um mistério.
A Operação “Identifique-me” da Interpol
Em 2023, o caso foi incluído na operação “Identifique-me” da Interpol, uma iniciativa para solucionar crimes envolvendo mulheres assassinadas na Europa Ocidental entre 1976 e 2019. A organização divulgou detalhes de vítimas não identificadas, incluindo imagens de pertences e reconstruções faciais, na esperança de que alguém pudesse reconhecê-las.
A divulgação trouxe um avanço inesperado. Donna Roberts, uma mulher do Reino Unido, reconheceu a tatuagem da irmã desaparecida, Rita Roberts, de 31 anos.
Quem Era Rita Roberts?
Rita Roberts, natural de Cardiff, País de Gales, teve uma vida marcada por dificuldades. Ela enfrentou abusos, envolvimento com o submundo das drogas e problemas com a justiça. Em 1992, fugindo de uma condenação, ela desapareceu após enviar um cartão-postal para sua família, que nunca mais teve notícias.
Com a confirmação da identidade da vítima, os investigadores começaram a explorar novas possibilidades sobre o que aconteceu com Rita Roberts.
Rita Roberts: Uma Vítima do Serial Killer John Sweeney?
Com a identidade de Rita confirmada, um novo suspeito surgiu: o serial killer John Sweeney, o “Assassino do Canal“. Conhecido por sua brutalidade e modus operandi de assassinar mulheres e descartar seus corpos em rios e canais na Europa, Sweeney cumpre atualmente pena de prisão perpétua por outros dois assassinatos.
As semelhanças entre o caso de Rita e os crimes já atribuídos a John Sweeney levantaram suspeitas de que ele poderia ser o responsável por sua morte, mas até o momento, nenhuma prova definitiva foi encontrada para incriminá-lo.
A Importância da Operação “Identifique-me”
A operação “Identifique-me” continua a buscar respostas para diversos casos não resolvidos. Muitas mulheres assassinadas ainda permanecem sem identificação, e a Interpol pede a colaboração do público para reconhecer pistas e ajudar na solução desses mistérios.
Para a família de Rita Roberts, a descoberta trouxe um misto de alívio e tristeza. Embora a justiça ainda não tenha sido feita, eles finalmente puderam honrar sua memória e garantir que seu nome não seja esquecido.
Para muitos, essa iniciativa representa uma última esperança de solução e um meio de proporcionar paz e reconhecimento a essas mulheres. Entre na página da Operação Identifique-me e veja se você reconhece alguma destas mulheres
► Interpol: Operação Identifique-me
Assista ao vídeo detalhado que postei no meu canal do YouTube:
